Trump destacou que "se a paz não chegar logo, os Estados Unidos vão perseguir outros alvos com precisão, velocidade e habilidade" - (crédito: WHITE HOUSE/AFP)
Após os ataques dos Estados Unidos a três instalações nucleares iranianas, no sábado (21/6), a deputada democrata Alexandria Ocasio-Cortez disse que a decisão de Donald Trump foi "desastrosa" e bombardear o Irã sem autorização é uma "grave violação da Constituição e dos poderes de guerra do Congresso". "Ele arriscou impulsivamente lançar uma guerra que pode nos enredar por gerações. É motivo absoluto e claro para impeachment", disse a congressista.
A avaliação de Alexandria é apoiada por outros deputados e senadores, incluindo um republicano. "Isto não é constitucional", disse o deputado Thomas Massie, do Partido Republicano, mesma legenda de Trump.
Rashida Tlaib, deputada democrata, disse que os Estados Unidos não devem declarar guerra ao Irã. "O presidente Trump enviar tropas americanas para bombardear o Irã sem o consentimento do Congresso é uma violação flagrante da nossa Constituição", citou.
O deputado democrata Hakeem Jeffrie, afirmou que Donald Trump prometeu trazer paz ao Oriente Médio, mas não cumpriu essa promessa. "O risco de guerra aumentou drasticamente, e rezo pela segurança de nossas tropas na região, que foram colocadas em perigo. O presidente Trump enganou o país sobre suas intenções, não buscou autorização do Congresso para o uso da força militar e corre o risco de envolver os Estados Unidos em uma guerra potencialmente desastrosa no Oriente Médio", escreveu na rede social X.
"Primeiro, o governo Trump carrega o pesado fardo de explicar ao povo americano por que essa ação militar foi realizada. Segundo, o Congresso deve ser completa e imediatamente informado em um ambiente confidencial. Terceiro, Donald Trump assume total e completa responsabilidade por quaisquer consequências adversas decorrentes de sua ação militar unilateral", acrescentou Hakeem Jeffrie.
Em contrapartida, alguns congressistas, incluindo um democrata, elogiaram a ação de Trump em atacar o Irã. John Fetterman, senador do Partido Democrata, destacou que o "Irã é o principal patrocinador mundial do terrorismo e não pode ter capacidade nuclear". Como venho afirmando há muito tempo, essa foi a decisão correta. Sou grato e saúdo os melhores militares do mundo", disse.
O deputado republicano Andrew Peter Harris avaliou que "um Irã com armas nucleares coloca em risco os Estados Unidos, Israel e todo o mundo livre". "Os EUA tomaram medidas decisivas para destruir a capacidade nuclear do Irã, protegendo vidas americanas, nossos aliados e a estabilidade global. Isto é paz através da força", opiniou.
Don Bacon, deputado republicano disse que Donald Trump "está protegendo os Estados Unidos". "O Irã, com sua arma nuclear, é uma ameaça existencial", frisou.
Em coletiva de imprensa neste domingo (22/6), o general Dan Caine, chefe das forças do Estado-Maior, citou que a missão de ataque ao Irã, nomeada de Midnight hammer, foi confidencial. "Poucas pessoas em Washington sabiam dos detalhes do plano", frisou o militar.
Já o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, alertou que qualquer retaliação do Irã contra os Estados Unidos será combatida com maior força. "Como Trump disse, os EUA não querem guerra, mas vamos agir decididamente quando os nossos interesses forem ameaçados", disse.
No sábado (21/6), o presidente Donald Trump destacou que "se a paz não chegar logo, os Estados Unidos vão perseguir outros alvos com precisão, velocidade e habilidade". "Haverá paz ou haverá uma tragédia para o Irã muito maior do que a que testemunhamos nos últimos oito dias", citou.
Por Aline Gouveia Correio Braziliense